domingo, 12 de março de 2006

Procurando as palavras...

Caramba! Eu tô meio perdida. Criei esse blog mas na hora de postar as palavras fugiram. Eu não acho que vale pena escrever algo que não alcance as pessoas, suas mentes, seus corações... por isso pra não deixar as lacunas da minha mente expressas nesse blog ai vai uma poesia, do eterno Carlos Drummond de Andrade, a qual me identifiquei profundamente:

Os ombros suportam o mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossege
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa jai Drummond eh tudo d bom! adorei seu post, super profundo! e eu tb tenho essa coisa d querer entender as palavras o mais profundo possivel mas, dei um tempo as pessoas estao cada vez mais insensiveis... nao querem dizer nada! mas nao faça como eu continue tentando! bjus jai!