sexta-feira, 16 de maio de 2008

Sol, nuvens, mistério... Um dia tranquilo


Certa manhã ao acordar ela olhou pela janela e viu o sol escondidinho entre as nuvens... muitas nuvens. Aquele dia parecia não oferecer nada de interessante, seria um dia frio, simples e rotineiro.

Levantou-se, tomou banho, se arrumou e foi à faculdade. Aula comum, conversinhas com as amigas no corredor, entrega das notas da unidade e por aí vai. Na ultima aula, Química Orgânica - a mais monotóna, ela novamente olha pela janela e agora vê: cai uma fina chuva, exalando um cheiro de terra molhada na cidade.

Depois dali faz o de sempre... almoça na cantina e vai ao trabalho. Um dia tranquilo, nada de mais. Alguns ofícios a fazer, poucos requerimentos para preencher e o chefe, com um humor pacificador, resolve ir embora 45 minutos mais cedo e dispensa também a todos. Maravilha! Oportunidade para não pegar ônibus lotado e ir sentada escuntando o mais novo álbum "Love Song" em seu mp3.

Pela janela do ônibus ela olha e vê harmonia entre a música que escuta e o movimento sereno das ondas recebendo as águas da chuva na praia do Rio Vermelho. Olha o horizonte e vê novamente a imagem do sol escondido entre nuvens, idêntico ao que viu pela manhã. Mas sol às 18h30 no iverno baiano? Olha de novo e já não vê mais a mesma coisa. Estranho!

"Opa... eu disse Rio Vermelho?!" Se dá conta de que está perto de casa. Mais um pouco e estaria refugiada em seu pequeno e aconchegante apartamento em Amaralina. No elevador, sozinha, cantarola algo que nunca ouviu. O mp3 já estava desligado. Abre a porta e a casa estava uma penumbra, apenas com um feixe da luz da rua que entrava pela janela do 412.

Prefere não acender a luz, nem ligar a TV como de costume. Perambulava pela casa às escuras ecantarolando ainda a melodia que não sabia de onde vinha. A imagem do sol entre nuvens não lhe saia da cabeça, a canção em sua mente causava calmaria e inquietação ao mesmo tempo. E no chuveiro, a água relembrava o mar tranquilo visto rapidamente pela janela do ônibus. Por que veria sol aquela hora? E por que no mesmo instante ele já não estava lá? Uma visão? Uma revelação? Não conseguiu achar respostas.

Preparou um chá. Sentada na cama com a xícara em uma mão e a caneta na outra escreveu tudo que lhe acontecerá tentando desvendar o enigma. Cansada da rotina daquele dia resolveu logo dormir... era a oportunidade de encurtar a distância do amanhecer e quem sabe ver novamente o 'sol entre nuvens' ao acordar e talvez descobrir o mistério daquele momento.
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Um comentário:

Anônimo disse...

Há muito mais que isso....